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10 julho 2012

Pobre menina



Desde o "início" (triste) que acompanhei muito atentamente o estado desta pobre menina que foi encontrada maltratada e espancada, perto de uma estrada, ainda sujeita a morte por fome ou atropelamento! Foi parar à UZ onde foi, tal como todos, tratada e acompanhada, acarinhada e vigiada. Ela estava a reagir!
Li agora que faleceu, não resistindo a inúmeras sequelas, incluindo a dura leishmaniose. Nunca conheci esta menina, nunca a vi (exceptuando através de fotos), mas gostei logo muito dela e todas as minhas forças estavam também com ela, com a sua recuperação, e sobretudo contra todos os que conseguem tratar os animais como lixo. É para lá de cruel!e agora, dado isto, estou triste! RIP!!

by União Zoófila 


Lamentamos muito informar que a luta da Campera acabou. A Campera morreu hoje.

O que sabemos é que à Campera foram disponibilizados todos os cuidados médico-veterinários com a intenção de salvar-lhe a vida.

O que sabemos é que a Campera quase não tinha vida. 
Naquele corpinho martirizado pela fome, pela sede, pela negligência, pela indiferença só havia vontade. 

Mas nem toda a vontade, nem toda a medicação, nem todo o cuidado podem vencer tanto sofrimento acumulado ao longo de tanto tempo.

Nem toda a vontade, nem toda a medicação, nem todo o cuidado puderam resgatar à morte aquele corpinho martirizado também pela Leishmaniose não tratada e causadora de danos irreparáveis nos rins.

O que sabemos é que, provavelmente, nunca a Campera foi tão mimada, tão abraçada, tão beijada, tão amada, tão respeitada na sua qualidade de ser senciente, capaz de sentir dor e prazer, como durante os dias que passou na União Zoófila.

A luta da Campera acabou mas a nossa continua.

Nesta hora há uma força tremenda que nos arrasta para a inacção. Queremos ir para casa, correr as cortinas para que a luz não entre e deixar entrar apenas a dor de ter perdido a Campera.

Mas a nossa, e a vossa, luta tem de continuar porque da nossa capacidade de continuar a lutar dependem animais como a Feira, pontapeada com uma violência capaz de partir-lhe a bacia e o fémur, ou o Barry, que chegou à UZ tão morto de fome, sede e doença como a Campera.

A luta da Campera acabou mas a nossa continua e continua também por causa dela. 

(A tua luta acabou, Campera, e como lutaste, brava guerreira! Em tua memória, a nossa continua, amiga.)

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