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O vento não é bom estratega, o Sol é bom conselheiro. O vento assusta e incomoda, o Sol aquece. O vento afasta, o Sol cativa. O vento cansa e o Sol vicia. E o amor pode e deve ser um bom vício, desde que nos faça bem. Aquele prazer repetido diariamente de acordar ao lado de quem amamos, de sentir a sua presença, de poder agarrar e dar um bocado de nós todos os dias é um bom vício que vale a pena ser vivido. É inútil pensar que podemos viver uma relação amorosa sem criar alguma dependência; o corpo, o espírito e o coração habituam-se muito depressa ao prazer repetido dos pequenos gestos. Precisamos todos tanto de amor como o planeta precisa de Sol. Sem Sol não havia vida na Terra e sem amor também não. E quanto ao vento, é preciso deixá-lo soprar de vez em quando para varrer o lixo, mas sem nunca o usar como uma arma. Caso contrário, pode virar-se contra nós.
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o vento e o sol, by MRP
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