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06 maio 2008

2 anos!!!

Este meu terno espaço comemorou ontem 2 anos!!! Ao bolo ou às velinhas prefiro, em forma de uma bela recordação, jovens palavras e um grande sorriso, um texto que escrevi há uns anos com uma amiga de juventude... e que foi a minha primeira posta de pescada em 2006! a tentativa de um conto penso eu! ;)

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Quem teria alguma vez pensado que aquilo era possível?

Ninguém, ninguém mesmo, e eu menos ainda do que qualquer outro: mas o que se refletia no vidro do meu computador eram de facto os meus olhos, os meus cabelos soltos e castanhos, as minhas faces pálidas de tanto espanto, era eu, em suma, eu em carne e osso, sentada e preparada para fazer algo para uma pessoa que sempre me ensinou tudo, sempre me disse tudo, sempre me quis fazer ver tudo, resumindo ... tudo!
Estava ali, em equilíbrio sobre um monte de celulose e de resíduos orgânicos, desde que a minha cabeça, como um grande ovo de avestruz de grandes dimensões mas de poucas invenções, tinha parado para pensar, refletir, estudar porque caminho iria nesta tarefa aflitiva que me tinha sido pré-destinada. Estava ali e, a partir desse momento, fiquei sempre sentada diante do ecrã, beliscando apenas de vez em quando uma perna ou uma face para ter a certeza de que estava mesmo sentada na secretária e não na doce praia de S. Martinho, onde a areia, o sol e a água se tornam num tudo para mim, nestes dias que hoje em dia se vive.Na realidade, a minha permanência naquele estranho local não era devida a uma mania suspeita de gostar de escrever, mas apenas do facto de ter...

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...de ter uma vontade imensa de escrever.

Presumo que tenha sido esta estimulação que me tenha trazido até aqui, pois estou estoirada de tanto pensar o caminho que percorri, o que fiz antes de me sentar nesta cadeira.

O meu reflexo continuava à espera de um movimento, de uma outra posição, de uma outra feição deste meu rosto, que pela primeira vez eu achara lindo, e por isso mesmo, não o achara meu. Lindo como todas aquelas teclas que aguardavam uma delicada batidela dos meus dedos que eu agora via refletidos no ecrã. As minhas mãos sobrevoavam a testa franzida, os meus olhos, que continuavam, impávidos e serenos, vidrados na pequena mancha preta.Imaginei-me, de novo, naquela praia real dos meus sonhos, nadando nas águas limpas e azuis do oceano que banha a nossa costa. Nadei, nadei, mas continuava-me a sentir sempre forte, sempre capaz. Lentamente, o sonho foi acabando e senti uma ligeira diferença nas sensações e sentimentos que me preenchiam.

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Tive que voltar à realidade que é a vida.

Portanto, estava, sentada, e isso era o incrível de toda a minha história, e o que, pela primeira vez diante da minha imagem refletida no aparelho, me deixava perplexa e assustada.

Sentia-me assim, não porque fosse uma indivídua inteligente e imaginativa, uma daquelas que com um estalar dos dedos são capazes de concretizar um livro ou pôr em prática um esquema grego, nem porque tivesse descido um anjo à terra e me tivesse concedido um desejo; não, a minha ignorância ficava unicamente a dever-se ao facto de ter decidido, desde o dia em que nasci, que a minha vida seria uma vida tranquila, realmente tranquila. Por isso, durante dez anos, tinha andado sempre entre pessoas e coisas com gestos carinhosos e cautelosos, sem nunca dar um passo em falso.

Entre lágrimas e abraços, risos e pedras, discussões e pedidos de desculpas, tudo acabava por se resolver, umas durando mais tempo que outras, mas sempre acabando (isto durante dois eternos anos). Nesses mesmos 730 dias as coisas foram dando para quatro rebeldes raparigas sobreviverem.Tudo começou num dia frio e chuvoso de Setembro, onde o sol não brilhava, os pássaros não cantavam, mas quatro meninas opunham-se ao dia, pois elas sorriam e levavam a vida com ela merecia.

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Eram algo que destacava naquele dia tão temperamental. E essa, era a única característica que possuíam em comum.

Algo que em redor delas se passava ou era lindo ou era belo, tal como elas. De facto, elas sim eram o sinónimo de beleza!

Tudo parecia perfeito. Apesar de saberem que era fruto da sua imaginação, elas realmente ouviam o chilrear dos pássaros e o bom dia alegre das pessoas que passavam na rua. Era surpreendente porque quase tudo se baseava nas suas gargalhadas e nos seus sorrisos, o foco da vida viva. Incrivelmente, para elas, o sol também brilhava naquele dia. Aliás, todos os dias brilhou, mesmo nas alturas em que fosse mais difícil de compreender ou perceber o porquê.
A partir do momento em que se identificaram como um único elemento, as quatro meninas viveram momentos únicos nas suas vidas. Esse dia de Setembro, apesar de ter sido o primeiro, não deixou de ser menos importante.

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