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20 abril 2008


QUE haja quem lhe chame "nova" Amy Winehouse (embora esta mal tenha chegado) e evoque Dusty Springfield, até se compreende. Ouvindo-a, alguma afinidade estética e, sobretudo, vocal com a primeira vem à superfície; olhando-a, também não será difícil sentir que já se viu tão farta cabeleira loura sobre tez morena em qualquer lado. Mas, de vez em quando, só por milagre o zelo dos "spin doctors" da indústria não redunda em tiro no pé. Porque - sem que a música tenha a solidez do título - não faltam indícios em Rockferry de que a cantora galesa teria chegado exactamente onde chegou (dupla platina num mês) pela razão certa. Que não será outra que uma reavaliação da "pop song" inglesa dos anos 60 capaz - não obstante inflexões country e soul - de configurar, antes, uma sadia alternativa à opção "atlantista" das autoras de Back to Black e Dusty in Memphis. Não só porque são estilistas como Tony Hatch (mais que Spector e Wexler) que a produção de Barnard Butler toma como modelo, mas sobretudo porque a escrita de Duffy reúne mais que os mínimos necessários em matéria de rigir arquitectónico e sincretismo pop para vencer a "arte do pastiche".

Ricardo Saló - Actual in Expresso 19.Abril.2008

1 comentário:

Tó disse...

:) Duffy Duffy